terça-feira, 19 de junho de 2018

Fotografando no Planalto de Itatiaia

Por Waldyr Neto - 


Criado em 1937, Itatiaia é o primeiro parque nacional brasileiro. A sua parte alta, conhecida como Planalto, é um afloramento do raro mineral sienito. Suas montanhas estão entre as mais altas do Brasil, sendo o seu ponto culminante o Pico das Agulhas Negras, com 2.791m de altitude.

Nota: O blog dá uma boa detonada nas fotos. Para ver em resolução um pouco melhor é só clicar para ver ampliada.

Pico das Agulhas Negras ao antardecer

A paisagem de Itatiaia é única. A erosão das rochas criou vales, lagos e montanhas bem pitorescos, uma paisagem meio surreal que é um verdadeiro banquete para os nossos olhos e lentes.

Pico das Prateleiras

As trilhas são bem demarcadas e com vistas incríveis. É respirar fundo (o ar lá já é um pouco rarefeito...) e se surpreender a cada curva.

Pico das Agulhas Negras visto da Trilha do Altar

Lago das Prateleiras e Pedra da Tartaruga

De um ano para cá eu voltei a Itatiaia algumas vezes, sozinho ou em expedições fotográficas com os meus alunos. O caminhar atento e a busca de enquadramentos e condições especiais de tempo renderam bons momentos.

Pedra do Altar (esquerda) e Pico das Agulhas Negras (fundo)

Típicos campos de altitude do Planalto de Itatiaia

Entardecer na represa do Abrigo Rebouças - Pico das Agulhas Negras ao fundo

Sabiá do Banhado, ave típica do Planalto

A capelinha da serra que leva ao Planalto

Pico do Altar ao entardecer

Nos passeios em grupo a diversão é garantida... À beleza da paisagem soma-se o astral de fazer uma trilha com os amigos, que sempre termina num bom papo e umas taças de vinho no Abrigo Rebouças, o tradicional abrigo de montanha do Planalto.

Caminhando no Circuito dos Cinco Lagos

Curtindo um fim de tarde no entorno do Abrigo Rebouças

Na trilha das Agulhas Negras

O Planalto de Itatiaia pode ser um dos melhores lugares do Brasil para fotografar estrelas. Mas nesse quesito eu não tenho dado sorte. Por outro lado não faltou o "tempo nervoso" que eu gosto tanto para fotografar paisagens.

Prateleiras envoltas em nuvens lenticulares, numa manhã de frio e vento


Se você gostou e tem vontade de conhecer e fotografar o Planalto de Itatiaia venha participar da nossa próxima Expedição Fotográfica ao Planalto de Itatiaia. Clique agora no link e reserve a sua vaga.


Laguinho do Circuito dos Cinco Lagos

terça-feira, 5 de junho de 2018

A Curtição dos Fotowalks

 por Waldyr Neto - 


Imagina sair por aí com a câmera na mão explorando as ruas de uma cidade... O olhar atento vai buscando peculiaridades, enquadramentos, cenas do cotidiano... a cada clique mixamos a realidade e a nossa interpretação, criando imagens únicas. Registros do nosso passeio, registros da humanidade.


"Fotografar é saborear a vida intensamente, a cada centésimo de segundo" Marc Riboud


Marc Riboud sabia das coisas... para fotografar as ruas, o cotidiano, as pessoas; é preciso estar atento, é preciso ter consciência do que acontece ao redor. E essa consciência dá sabor à vida. É o estado de atenção, de estar no momento presente, de viver o momento presente.

Crianças de uma fazendinha em Petrópolis, Rio de Janeiro

Mas o que fotografamos nas ruas?


"A fotografia é o que há de melhor para mergulhar na vida. Saia, conheça pessoas, viva momentos e fotografe!" Eliane Terracata


A ideia é sair por aí, talvez com um roteiro, talvez não. A câmera deve estar fácil, sempre à mão. O olhar segue atento, buscando paisagens, detalhes da arquitetura, expressões ou gestos das pessoas. No início a gente tem que ser esforçar, mas com o tempo se torna puro instinto - as fotos vão surgindo e a gente se deixa levar, clicando, interagindo com a cidade e as pessoas. 

Artista de Rua em Petrópolis, Rio de Janeiro

A fotografia de paisagens urbanas é bem parecida com a fotografia de paisagens naturais. Normalmente vamos unir os prédios, casas, igrejas a uma condição especial de luz, nuvens, etc. As luzes do amanhecer ou entardecer costumam ser as ideais.

Antiga cadeia de Tiradentes, Minas Gerais. Foto feita ao amanhecer.


"Sempre fui fascinado pela condição poética do crepúsculo. Por sua qualidade transformadora, seu poder de transformar o comum em algo mágico e espiritual. Meu desejo é que a narrativa nas fotos opere nessa circunstância. É essa sensação de estar entre limites que me interessa." Gregory Crewdson


Mas é possível simplesmente encontrar um tema interessante em qualquer horário e conseguir um bom registro. A questão aqui é realmente treinar a atenção e o olhar fotográfico.

St. James Park, em Londres, numa tarde nublada

Viela de Tiradentes, Minas Gerais



"A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registro da realidade e um auto-retrato, por que só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira." Gerard Castello Lopes


O bacana é vencer o ímpeto de simplesmente olhar e registrar uma cena. O desafio é trabalhar o enquadramento para que a foto seja uma interpretação sua e única da realidade. 


Rua da Câmara e Matriz de Santo Antônio, Tiradentes, Minas Gerais

Fechando um pouco mais o enquadramento começamos a perceber detalhes na arquitetura - pontes, igrejas, monumentos, ou qualquer coisa que nos chame à atenção. A fotografia de arquitetura pode ser externa ou de interiores, como numa igreja, castelo, museu, etc. Podemos fazer simples registros ou, melhor ainda, inserir a nossa própria interpretação. 


Escadas do Palácio Rio Negro, Petrópolis, Rio de Janeiro

Interior da Catedral de Petrópolis, Rio de Janeiro

St. Pancras Railway Station, Londres


"O fotógrafo é um poeta que rima imagens" Lina Marano


Quando o que atrai o nosso olhar são as pessoas, temos a fotografia street. Uma foto street pode ter pessoas explicitas ou implícitas, mas quase sempre está relacionada a pessoas. 

Registro do cotidiano numa rua comercial de Petrópolis, Rio de Janeiro

Engraxate em Petrópolis, Rio de Janeiro


"Tudo o que não é fotografado é perdido, então para viver de verdade é preciso fotografar." Italo Calvino


Na fotografia street buscamos principalmente captar o olhar, uma expressão ou gesto. O fotógrafo faz parte da foto, numa clara interação com as pessoas. Quando juntamos tudo - a percepção, o momento, o enquadramento, as regulagens da câmera, a proximidade e principalmente o receio de fotografar estranhos, percebemos que a fotografia street é uma das fotografias mais difíceis. Mas é certamente um desafio que vale à pena.

Gaiteiro numa feira livre em Petrópolis, Rio de Janeiro

Num nível mais intimista a foto street se transforma num retrato de rua. Normalmente são fotos consentidas, verbalmente ou até por comunicação gestual. O desafio é conseguir uma foto não posada. Às vezes é preciso entreter a pessoa até que ela esqueça que vai ser fotografada e assuma uma postura mais natural.

Hippie num calçadão em Petrópolis, Rio de Janeiro

Violonista em um bar, São João del Rei, Minas Gerais


"Não tiro fotos da vida como ela é, mas de como eu queria que ela fosse." Robert Doisneau


Crianças numa fazendinha em Petrópolis, Rio de Janeiro

Mas a essência da coisa continua sendo botar um calçado confortável, pendurar a câmera no pescoço e sair por aí fotografando o que der vontade de fotografar. Se for com alguns amigos melhor ainda. Nesse momento mágico não estamos preocupados em definir que tipo de foto estamos fazendo, ou mesmo em seguir qualquer regra. Deixamos isso para depois ou para os críticos. No momento de fotografar quem nos guia é a emoção, o instinto.

Então... bora pras ruas fotografar!! 


"Inspiração existe, mas ela precisa te encontrar trabalhando." Pablo Picasso


Clique agora no links abaixo e conheça o nossos fotowalks pelas cidades históricas do Brasil:


Tiradentes Fotowalk , 24 a 26 de maio


Paraty Fotowalk , 28 a 30 de junho