segunda-feira, 3 de outubro de 2016

E tudo que era efêmero se desfez...




E tudo que era efêmero se desfez. E ficaste só tu que é eterno 

Cecília Meireles


Efêmero, do grego “ephémeros” significa “apenas por um dia”. De forma geral o termo efêmero é associado a tudo que é passageiro, transitório, fugaz, de curta duração.

A fotografia de montanha é a busca pelo efêmero – a luz, as nuvens, a névoa, a chuva, – que por um instante mágico conversam com o eterno – as rochas, as montanhas, os vales...



A beleza das montanhas não basta, pois se fosse só por ela todas as fotos seriam iguais. As montanhas estão sempre lá. Elas são o palco, não a peça. Simplesmente retratá-las é uma armadilha.

O fotógrafo de montanha vai para o eterno e busca o passageiro. O que fará as grandes fotos é a luz, as nuvens, a nevoa, as expressões e gestos de pessoas retratadas, ou até mesmo o conhecimento, o olhar e estado de espírito do fotógrafo. O subjetivo, o efêmero...



Infinitamente belo, insuportavelmente efêmero 

Rubem Alves





Mas nós, os fotógrafos, temos o poder de transformar o efêmero em eterno...




Texto publicado originalmente num cartaz para a minha exposição fotográfica no Clube Excursionista Light.





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