Por Waldyr Neto -
Paraty é uma daquelas cidades congeladas no tempo. De origens muito antigas, de meados do século XVII, teve seus tempos de prosperidade com a abertura do Caminho do Ouro, subindo o vale do Rio Mambucaba até a região do Vale do Paraíba. Por esse caminho passaram os produtos de consumo e escravos para as regiões agrícolas e de extração do ouro. No sentido inverso, descendo a serra, vieram o ouro e depois o café. Sua tradicional produção de aguardente também servia como moeda de troca no tráfico de escravos.
O Centro Histórico de Paraty, como conhecemos hoje, tem a maioria das construções datadas do século XIX, no Brasil Imperial e do ciclo do Café. Mas a igreja de Santa Rita e do Rosário foram construídas durante o ciclo do Ouro, no século XVIII.
A igreja de Santa Rita, uma das construções mais antigas de Paraty - foto de acervo
Em 1831 foi promulgada no Brasil a lei Feijó, proibindo o tráfico de escravos no Atlântico. Essa lei, criada por pressão dos ingleses, foi a origem da expressão "lei para inglês ver". O tráfico de escravos, a partir daí contrabando, continuou sendo a atividade econômica primordial de Paraty.
Mas em 1850, com a lei Eusébio de Queirós, o tráfico de escravos foi definitivamente abolido no Brasil. Começa o declínio de Paraty... O casario do Centro Histórico ficou preservado pela pobreza, pela incapacidade de se reformar ou construir novos imóveis.
O resgate da cidade só acontece na segunda metade do século XX, com o turismo. Aos poucos o centro histórico foi sendo recuperado e o resultado é a Paraty que vemos hoje.
Casario da Rua do Rosário, do século XIX. Ao fundo a igreja do Rosário, bem mais antiga.
Já fazia algum tempo que eu queria revisitar Paraty, agora para fotografar e preparar um roteiro fotográfico. Queria passear pelas ruas sem expectativa ou planejamento, fotografando o que desse vontade de fotografar - paisagem, casario, pessoas, etc. Essa viagem acabou sendo também um divertido passeio em família.
Eu, minha filhota Giovanna e minha esposa Gisele pelas ruas de Paraty
Nos dois dias em que ficamos lá madruguei e caminhei pelas ruas desertas para ver o dia nascer, fui atrás da maré alta, fotografei artistas de rua e me diverti um bocado...
Rua do Comércio ao amanhecer
Largo do Rosário
Barcos na Ponte do Cais
Luminária na Rua de Santa Rita
Igreja das Dores, onde existia uma antiga fortificação
O sorriso da Giovanna...
Amanhecer na Praia de Paraty
Artistas de Rua
Reflexos na Rua da Lapa
Esquina da Rua do Rosário com a Rua do Comércio
A Praia de Paraty ao amanhecer
Um retrato da Gisele...
A Praça da Bandeira
Caminhando pela Praia com a Giovanna, clique da Gisele
Fazia tempo que eu não saia por aí clicando tudo, sem compromisso. A sensação é deliciosa... tem que andar atento, tem que estar de coração aberto para interagir com as pessoas, procurar enquadramentos criativos, abraçar o inesperado. E Paraty é um lugar perfeito para colher isso tudo.
Se você gostou da ideia de sair por aqui fotografando uma cidade histórica, clique no link abaixo para se inscrever no nosso próximo evento:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.