quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pedra da Ferradura - Novo Point de Escalada em Móvel

A Pedra da Ferradura foi assim batizada por ficar logo acima da "Curva da Ferradura" no início da descida para Secretário, pelo asfalto vindo de Pedro do Rio, Petrópolis. O acesso é fácil, numa curta caminhada a partir da pista. A pedra é bem visível, mesmo de dentro do carro.
Na imagem acima estão as duas vias consquistadas hoje - 20/11/2008 - por mim e pelo Alex Che. Em vermelho a via que inaugurou o point, chamada Alexandre Motta - 2ºIII E2 100m - toda em móvel incluindo a primeira parada e o final (em uma grande árvore). Em azul está a linha direta para rapel, que futuramente será também uma via de subida. O primeiro rapel é do tronco da árvore e os seguintes são em dois grampos (é preciso uma corda de 60m). Em amarelo a segunda via aberta, chamada Fernando Funchal - 3ºIV E2 90m - também toda em móvel, mas com a primeira parada em grampo, pouco abaixo de um tetinho. O final também é na árvore.
Abaixo algumas fotos das respectivas conquistas:

Ai sou eu, iniciando a conquista da via Alexandre Motta. A primeira enfiada tem uma passada de II logo no início e depois uma fácil rampa. Na sequência um diedro com pega pela direita que dá um III. Na metade deste diedro fica a primeira parada, que é em móvel. Na sequência, conquistada pelo Alex, a via faz uma pequena travessia para a esquerda, pegando um segundo diedro (pega pela esquerda) também de III seguido de uma rampa com pedras soltas. No final uma laca e acima a grande árvore, que serve de parada.

Acima o Alex, no diedro da primeira enfiada da via Fernando Funchal, pouco abaixo do crux. A via inicia numa fácil rampa para a esquerda seguida de um lance de aderência. Na sequência um bonito diedro com pega pela direita que termina no crux da via, um IV. Depois de uma pequena travessia para a esquerda a via entra numa calha, onde fica o grampo da primeira parada.

Alex se preparando para bater o grampo, ao final da primeira enfiada da via Fernando Funchal.

Ai eu estou iniciando a conquista da segunda enfiada da via Fernando Funchal. A segunda enfiada começa numa delicada subida com pedras soltas, num lance que pode ser feito em chaminé, que dá um III. Depois pega uma bonita fissura frontal acima de um tetinho e segue meio em diedro, meio em aderência até iniciar uma travessia para a direita por um trecho de pedras soltas até a árvore do final da via Alexandre Motta.
Ainda conquistando a segunda enfiada da via Fernando Funchal, pegando a fissura acima do tetinho. O cuidado ai é para não deixar cair uma das muitas pedras soltas.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Porque Subir Montanhas?



Uma montanha pode ser um desafio alimentado por anos a fio, ou um lazer despretensioso, o qual será relatado neste texto.

Olhe ao redor de sua casa, está vendo aquele velho morrote? Acorde mais cedo num domingo e caminhe até o topo. Mas não vá sozinho! Leve uma amiga, o namorado ou os filhos. Leve um chocolate quente para celebrar o nascer do sol. Isto é tudo o que basta para adquirir o vício. E subir montanhas não é um vício daqueles difíceis de largar. Quanto mais você sobe, mais quer subir. Quanto mais picos conhecemos, mais queremos visitar.

Subir para respirar

Na montanha respiramos mais e melhor. As caminhadas são exercícios aeróbicos, e quanto mais inclinado o terreno, melhor é o treino para o fôlego. O ar da montanha... Bom, o ar da montanha dispensa comentários.

Subir para curtir os amigos

A turma é divertida? Topa tudo? Vamos todos para a montanha! A diversão começa nos convites: saber quem vai, quem fica, etc. Depois, arrumar a tralha, encher cantil, limpar (!) as botas e escolher a barraca. Até que chega a hora da subida, cheia de surpresas. No topo, a satisfação de "chegar" e cumprimentar a lua. Dormir e ser acordado pelo sol, para então descer e começar a programar a próxima caminhada.

Subir sem tempo

"Como assim? Se eu não tenho tempo, como vou subir?" "Sem tempo para chegar, eu quis dizer". "Mas se não dá para chegar, para quê eu vou subir? "Numa subida, você é o dono do seu tempo e do seu ritmo. Caminhar é uma atividade cujo desempenho depende de quem a pratica. Existem aqueles que sobem correndo e existem aqueles que percebem cada flor do caminho. Esta é forma mais gostosa de subir montanhas: cada um no seu passo, da forma que dê mais prazer.

Subir para conversar

Na montanha conversa-se muito. Às vezes conversamos com o colega do lado, mas na maioria das vezes conversamos com nós mesmos. É quase inevitável. Praticamente tudo numa caminhada acontece por instinto. Não precisamos raciocinar para caminhar, para respirar ou para olhar ao redor. Isto libera a nossa mente para passar a vida a limpo. A montanha se transforma assim em companheira atenta e paciente, em psicóloga e em confidente.

Subir até parar

E quando é tempo de parar? Nunca. Existem vovôs e vovós que sobem montanhas de mãos dadas e crianças que deram seus primeiros passos nas encostas de alguma serra. Subir montanhas é um exercício sem restrições. Não devemos ter uma boa saúde para subir montanhas, mas sim, devemos subir montanhas para ter uma boa saúde.

"Enfim, devemos subir montanhas para ver o que há do outro lado e então querer ir mais longe. E lembre-se: uma montanha nunca é vencida, é conquistada! (você vence ou conquista uma amizade?)".

Texto de Flávio Nogueira de Melo Oliveira, retirado do site http://www.unicred-nne.com.br/informativos/artigos/058.html