sábado, 26 de fevereiro de 2011

Estar nas Montanhas


Guardo há muitos anos o gosto pelas montanhas. Isso nada tem a ver com desafios, superações, crenças, sensações ou com o próprio ato de subir. Muito menos tenho a vocação para monge ou eremita canditado a mestre perito da vida.

O que me atrai e fascina é a paisagem que se descortina a cada passo.

Tenho profunda veneração pela visão da imensidão dos vales, pela transparência das águas, e pelo infinito do horizonte. São coisas que se misturam e formam uma sinfonia que me invade e inunda de serenidade e quietude.

É andando entre elas que consigo sentir com mais clareza o cheiro da chuva, o gosto do molhado e o silêncio profano que balança suavemente a copa das árvores.

É entre elas que respiro o contraste do pouso das últimas gotas do sol em núvens brancas que mais parecem ao alcance da mão. É entre elas que um tipo de frio que aquece a alma borrifa de vermelho o céu azul.

Texto do amigo Luiz Aurélio Leite