quarta-feira, 22 de abril de 2015

Fotografando o Amanhecer na Pedra do Camelo.


Depois das nossas duas investidas para fotografar na Pedra da Tartaruga, no Parque Municipal Natural Montanhas de Teresópolis, resolvemos conhecer a outra atração de lá, a Pedra do Camelo. Na verdade a Pedra do Camelo e a Pedra da Tartaruga são dois afloramentos rochosos que ficam nos extremos da mesma crista. O Camelo à oeste e a Tartaruga à leste.

A programação foi aquela pedreira de sempre: Nos encontramos em Petrópolis às 3 da madruga e partimos para Teresópolis. O grupo dessa vez era maior: Eu, Miguel Berredo, Bruno Murtinho, Luiz Schanuel. Completaram o time a Monique Cabral e o Miguel Buck que vieram do Rio.

Chegamos na entrada do Parque por volta das 4:30 e iniciamos a subida noturna. Nenhum de nós conhecia o caminho, mas a trilha segue bem óbvia pela crista. É uma caminhada um pouquinho mais puxada do que a da Pedra da Tartaruga.

Por volta das 5:00, ainda bem escuro, chegamos nas rochas do Camelo. Tentamos encontrar o caminho para a parte de cima mas não encontramos. Conseguimos apenas chegar no topo do primeiro grande bloco. O lugar era um pouco exposto e o grupo preferiu ir fotografar nas rochas da base. Eu acabei ficando ali mesmo.

Com as primeiras luzes da "hora mágica" fiz uma foto equilibrando a luz do céu com um filtro graduado de 3 pontos. Durante os 60s de exposição fiquei percorrendo a rocha do primeiro plano com o facho da lanterna de LED para tentar criar uma iluminação suave, que não parecesse uma luz de flash.


O dia foi clareando e eu percebi uma bonita bromélia dentro da fenda da rocha. Mantive o graduado de 3 pontos e continuei usando a lanterna de LED para iluminar o primeiro plano. Mas a luz já mais equilibrada facilitou as coisas.


O topo do bloco que parecia tão assustador no escuro se mostrou bem amplo. Pulei para o outro lado da fenda e fiz um registro do grupo todo usando o timer de 10s.


Achei que a seção de fotos tinha acabado. Guardei o equipamento e desci para tomar um café na base. Café quentinho, biscoitos de maizena... no topo da montanha isso tem um valor inexplicável.

Enquanto estávamos ali lanchando e jogando conversa fora, alguém reparou uma araucária brotando solitária da névoa lá pros lados do vale de Fazenda Alpina. Até relutei um pouco em tirar o equipamento da mochila e montar a lente 70-200mm. Mas era realmente a chance de fazer uma baita foto, daquelas que a gente não faz todo dia. Acabei descendo uma parte da trilha para encontrar um enquadramento melhor e fiz minha foto.


Pra completar a correria, além de madrugar para fazer essas aventuras, sempre tento voltar pra casa a tempo de acordar a Gi e a Gigi (esposa e filha) pra tomar café com elas. O Marcos fez um último registro do grupo (ele não aparece) e eu parti acelerado trilha abaixo pra pegar o carro e voltar pra casa.


Em pé à esquerda: Bruno Murtinho. Sentados no primeiro plano: Miguel Berredo e Luis Schanuel. Sentado no segundo plano: Miguel Buck. Em pé: eu e Monique.

Gosta de aventura e fotografia! Confira a próxima edição do Workshop de Fotografia de Montanha


terça-feira, 14 de abril de 2015

Um amanhecer nublado na Pedra da Tartaruga.


Teresópolis agora conta com um parque municipal muito bem estruturado. É o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Seu atrativo mais conhecido é a Pedra da Tartaruga. Faltava ir lá para conhecer...

Na Lua cheia de abril, pra variar, fui convocado pelo meu amigo Miguel Berredo para identificar algum bom local para assistir e fotografar o por e o nascer da lua. Pela manhã decidimos por um rápido bate-e-volta na Pedra da Lagoinha. O tempo estava bom e a Lua cheia ia se por ao lado do Pico do Tinguá. Fizemos nossas fotos e voltamos para casa.




Tínhamos planejando ir à tarde no Alto da Ventania para fotografar o nascer da lua. Num bate-papo via Facebook um amigo e ex-aluno, Bruno Cruz, mencionou subir a Pedra da Tartaruga em Teresópolis. Segundo seus cálculos, de lá seria possível ver a lua nascer por trás da formação de montanhas chamada Mulher de Pedra. Dei uma rápida conferida no The Photographers Ephemeris e confirmei. Era uma baita oportunidade, tanto de conhecer a montanha quanto de fazer uma bela foto da lua.

Mudamos os planos e fizemos um convite geral no Facebook. Tudo super corrido, mas no fim da tarde estávamos todos reunidos na entrada do Parque. Subimos pela fácil trilha e ficamos encantados com o que vimos - um parque público, gratuito e muito bem cuidado. Que grata surpresa!

O nascer da Lua cheia por trás do queixo da Mulher de Pedra foi espetacular...

(clique na imagem para ampliar)

Melhor do que a foto foi conhecer esse lugar, Uma montanha de fácil acesso, bem de frente para as montanhas dos Três Picos. Um ótimo lugar para fotografar o amanhecer. Tinha que voltar lá...

No final de semana seguinte eu avaliei no The Photographers Ephemeris que, a partir da Pedra da Tartaruga, eu poderia fotografar o sol nascendo sobre os Três Picos, mais precisamente sobre o Pico do Capacete.

(clique na imagem para ampliar)

Apesar da trilha ser fácil, o planejamento era puxado:

Nascer do sol: 6:00
Hora que eu queria chegar no cume: 5:00
Início da caminhada: 4:45
Saída de Petrópolis: 3:15
Acordar: 2:30  

Fazer o que? Fotografia de montanha não é para os preguiçosos...

Convidei alguns amigos e aceitaram o convite o Miguel Berredo e o Marcos Guimarães.

Seguimos o planejamento á risca e pouco antes das cinco da madruga estávamos com nossas lanternas na trilha da Pedra da Tartaruga. Rapidamente chegamos no cume e constatamos que o tempo estava bem fechado.

Nota: Em planejamentos anteriores eu costumava chegar por volta de meia hora antes do nascer do sol, mas de uns tempos para cá adotei chegar uma hora antes. A inspiração veio do texto abaixo, do livro "The Photographers Coach" do autor Robin Whalley:

"When in such wonderful locations it's all too easy to be overtaken by the need to take the photographs whilst the light and conditions are good. This can lead to feelings of urgency. This is not a good frame of mind from which to be shooting scenes of beauty and tranquility. A better approach would be to turn up at a location early and spend some time just enjoying the area and surveying the scene. I don't even mean surveying the scene to identify the best shooting position; I mean simply walking around to enjoy the moment whilst resisting the urge to take pictures. When you are ready to begin you will know it. You will also find a better understanding of the image you want to create and the emotion you want to convey."

No cume ficamos ali em silêncio, contemplando e tomando um café quentinho que eu tinha levado. Do ponto de vista fotográfico a saída parecia perdida, mas estar na montanha com os amigos é sempre bacana.


Mas a névoa começou a dissipar e a gente tirou o equipamento das mochilas para tentar alguma coisa. Tinha uma barraca bem fotogênica montada na borda do platô que rendeu boas fotos.


(Foto de Marcos Guimarães)

A gente via os raios de sol e sabia que ali atras estavam os Três Picos. Mas nessas horas tem que abandonar o planejamento e colher o que o dia oferece. Isso parece óbvio, mas nem sempre é fácil, principalmente se a gente chega em cima da hora. Felizmente aquele tempinho extra antes do dia clarear acabou sendo providencial para baixar a adrenalina e eliminar qualquer  expectativa. No finalzinho o vento começou a limpar a névoa e surgiram pequenas colinas que pareciam ilhas. 

(foto de Miguel Berredo)

(foto de Miguel Berredo)

Essas colinas envoltas em névoa me renderam uma foto que eu curti muito.

(clique na foto para ampliar)


Turma aberta para o Workshop de Fotografia de Montanha dos dias 16 e 17 de maio.